terça-feira, 27 de março de 2007

NO INÍCIO ERA O VERBO...

Na Pré-história, o homem buscou se comunicar através de desenhos feitos nas paredes das cavernas. Através deste tipo de representação (pintura rupestre), trocavam mensagens, passavam idéias e transmitiam desejos e necessidades. Porém, ainda não era um tipo de escrita, pois não havia organização, nem mesmo padronização das representações gráficas.
Durante séculos a narrativa oral constituiu a única forma de comunicação e permitiu perpetuar muitas tradições, antes que existisse alguma forma de escrita. Histórias têm sido compartilhadas em todas as culturas e localidades como um meio de entretenimento, educação, preservação da cultura e para incutir conhecimento e valores morais. A literatura oral é freqüentemente considerada como sendo um aspecto crucial da humanidade. Os seres humanos têm uma habilidade natural para usar comunicação verbal para ensinar, explicar e entreter, o que explica o porquê da literatura oral ser tão preponderante na vida cotidiana.
As primeiras formas de narrativa eram orais, combinadas com gestos e expressões: palavras eram faladas de uma pessoa para outra num esforço de comunicar uma mensagem ou sentimento. Tradicionalmente, histórias orais eram passadas de geração em geração e sobreviviam unicamente na memória. Pessoas em todos os tempos e lugares têm contado histórias. Na tradição oral, a narrativa inclui o narrador e a audiência. O narrador cria a experiência, enquanto a audiência depreende a mensagem e cria imagens mentais pessoais a partir das palavras ouvidas e dos gestos vistos. Nesta experiência, a audiência se torna co-criadora da arte. Narradores por vezes dialogam com a audiência, ajustando suas palavras em resposta aos ouvintes e ao momento.
Depois da criação e aperfeiçoamento das formas de escrita, a narrativa oral continuou sendo o meio de divulgação das massas analfabetas e a única via cultural das massas analfabetas e a única via cultural para chegar a elas. Até bem avançada época da Idade Média, continuou a atividade dos trovadores ambulantes, dos jograis profissionais e dos narradores de contos.
FONTE:
LITTON, G. O livro e sua história.São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1975.